No início dos anos 80, a Casa do Peregrino, em Itajaí (SC), surgiu como resposta a um apelo social, após o fechamento da obra social Centro de Valorização Familiar. Esse vazio provocou em algumas pessoas da comunidade a reflexão e, por fim, a iniciativa de criar algo que pudesse dar uma resposta efetiva às demandas da cidade. Essa ideia encontrou eco na sensibilidade da Irmã Maria Zélia Motter, das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que se juntou ao grupo no empreendimento da obra.

Itajaí é um município catarinense, localizado estrategicamente na foz do rio Itajaí-Açu, e integra a Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI). Importante cidade portuária, destaca-se pelo grande número de empresas. Apesar da elevada oferta de empregos, Itajaí atrai muitos migrantes em busca do litoral e, ainda devido ao grande fluxo populacional, aumenta o número de pessoas em situação de rua, fazendo-se necessário o acolhimento e olhar diferenciado.

Em julho de 1983, com a grande enchente que assolou o município de Itajaí (SC), consolidou a fundação da Casa do Peregrino com o objetivo inicial de atender os migrantes (peregrinos) que passavam pela cidade em busca de trabalho ou tratamento de saúde. À frente desse trabalho estavam as Irmãs Maria Zélia Motter e Rosália Berri.

Desde a sua fundação, a Casa do Peregrino prestava assistência às famílias em situação de vulnerabilidade social, estimulava e promovia o desenvolvimento de atividades sociais; acolhia e assistia os jovens abandonados, migrantes/andarilhos e dependentes químicos. Nos últimos nove anos, as Irmãzinhas tendo como destinatários prioritários para sua missão as juventudes e mulheres, buscou retomar essa ação social.

Sendo assim, em 2007, em parceria entre a Prefeitura Municipal de Itajaí (SC) e a Universidade do Vale do Itajaí (Univali), a Casa do Peregrino estendeu o atendimento para os alunos do Programa Universidade para Todos (ProUni).

Em 2012, a Casa do Peregrino adotou o nome de Casa de Acolhimento Santa Paulina e passou a acolher mulheres vítimas de violência doméstica. A instituição faz parte das unidades socioassistenciais da Rede Santa Paulina, tendo como mantenedora a Associação Cultural Beneficente Nova Lourdes, com sede em Itajaí.

Atualmente, a unidade compõe a rede socioassistencial do município de Itajaí, com acolhimento de mulheres em situação de rua na faixa etária de 18 (dezoito anos) a 59 (cinquenta e nove anos e onze meses), acompanhadas ou não de filhos dependentes, com o objetivo de acolher e garantir proteção integral, a fim de resgatar histórias, sem o desmembramento do grupo familiar, visando o resgate de vínculos sociais e a oferta de novas perspectivas.

A equipe técnica busca promover o acesso à rede de qualificação e requalificação profissional com vistas à inclusão produtiva, tendo como objetivo principal o resgate da dignidade e a construção de uma nova história de vida.