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O estado emocional dos idosos em tempos de COVID-19 e isolamento social

Isolamento pode trazer solidão e provocar ansiedade, mas existem formas de amenizar os efeitos da quarentena na saúde mental dos idosos.

Em meio à pandemia que enfrentamos, o isolamento social é um dos recursos essenciais tanto para reduzir o ritmo de propagação do novo coronavírus em nossa sociedade como para resguardar a população idosa, que é o principal grupo de risco. Enquanto não houver uma vacina, ficar em casa e manter o distanciamento social são algumas das formas mais eficazes de prevenção.

Os idosos, em sua maioria, carregam sentimentos de inutilidade, solidão e tristeza. Com o isolamento social, muitos deles sentem falta da interação social e do contato com familiares e amigos. A tendência é despertar ainda mais o estresse, a ansiedade e a depressão, além de colocar em risco a saúde mental.

Confira algumas dicas para amenizar os impactos do isolamento na vida das pessoas idosas:

  • A informação é uma das ferramentas essenciais para combater o novo coronavírus. Sendo assim, assistir aos noticiários é importante para se manter a par da situação. Entretanto, evite que o idoso fique concentrado apenas nas notícias referentes à Covid-19;
  • Incentivar o idoso a cuidar do corpo e fazer atividades que gosta, como dançar, cozinhar, ler, ouvir música, cultivar plantas ou tocar um instrumento. Busque na internet exercícios leves que possam ser feitos dentro de casa, como alongamentos e aulas de yoga, de acordo com as possibilidade e limitações. O idoso precisa caminhar, não é recomendado que fique sentado ou deitado o dia todo. Alimentação saudável e balanceada é fundamental;
  • Criar uma rotina com horários definidos para cada tarefa ajuda a regular o relógio biológico e aumenta o bem-estar. No caso de idosos que estão trabalhando em casa, isso é importante para separar as horas de trabalho das outras atividades;
  • Reservar um tempo para ouvir músicas, ler poemas, cantar, fazer meditação, orar ou participar de algum encontro de espiritualidade online;
  • Se na casa houver um quintal ou uma varanda, é importante que o idoso tire alguns minutos do dia para tomar sol, aproveitar para absorver vitamina D e relaxar. Os horários mais indicados para tomar sol são antes das 10h e após às 16h;
  • Usar a tecnologia para fazer contato com os familiares e amigos por meio de chamadas de vídeo ou das redes sociais pode melhorar muito o dia de quem está se sentindo sozinho;
  • Reforçar sempre para o idoso que o isolamento é necessário, mas que esta fase é passageira e, futuramente, será possível sair e encontrar amigos e familiares novamente.
  • Ressaltar a importância do idosos ou da idosa, dizendo o quanto ele(a) é amado(a) e, por isso, o isolamento social é um cuidado necessário para preservar a vida. Ajude a pessoa idosa a se sentir mais segura, amada e acolhida. O afeto, em tempos de isolamento social, ajuda fortalecer o emocional;
  • Conversar sobre histórias antigas e rever fotos de momentos especiais trazem boas recordações. Isso ajuda a dar sentido positivo às experiências e reforçar a importância da pessoa idosa na vida de familiares e amigos;
  • Procurar jogos de mesa, como damas ou dominó, por exemplo, para jogar junto com a família. Os jogos podem ser uma forma de distração e passatempo para os mais idosos, tirando o foco das notícias sobre a Covid-19;
  • Assistir, junto com o idoso, a filmes ou programas que gostam ajuda a relaxar. Caso vocês estejam distantes, a dica é combinar de assistir ao mesmo filme simultaneamente, cada um em sua casa, e comentar sobre ele depois;
  • Procurar não infantilizar o idoso, porque isso pode afetar sua autoestima. Apesar de estarem mais vulneráveis, pessoas idosas não devem ser tratadas como crianças. Deixe que elas expressem seus desejos e opiniões e mantenham a autonomia, definindo os horários para realização das tarefas do dia a dia. Ofereça ajuda quando necessário. A rotina deve ser confortável para os idosos.

É normal sentir-se triste e desanimado em alguns momentos, principalmente diante de uma situação de mudança inesperada, quando é necessário adaptar-se a uma nova rotina. Respeitar os próprios sentimentos e emoções também é muito importante. A dica é tentar buscar medidas para aliviar a angústia e a ansiedade causadas pelo confinamento, tornando o período menos sofrido e diminuindo o risco de agravamento de casos de depressão e outros transtornos mentais. É momento também de pensarmos na coletividade. Só sairemos desta crise se trabalharmos em conjunto. Escolha cuidar da sua mente. Cuidar dela é cuidar de seu espírito, é cuidar da vida, é escolher viver.

Colaboração: Maria Luíza de S. Estrela – Psicóloga / Neuropsicóloga (CRP 08/10115) no Lar do Velhinhos, em Maringá (PR)